O Budismo é uma família de crenças e práticas, não uma religião, pois não existe um deus criador, a formação do mundo acontece através do processo de origem causal, devido a uma grandiosa força vital, através dos Seis Grandes Elementos. Podemos denominá-la de caminho de crescimento espiritual, através dos ensinamentos dos Budas.
Os ensinamentos básicos do budismo são: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de sofrimento, o samsara, despertando no praticante o entendimento da última realidade, o nirvana.
O ponto de partida do budismo é a percepção de que o desejo causa inevitavelmente a dor. Deve-se, portanto eliminar o desejo para se eliminar a dor. Com a eliminação da dor, se atinge a paz interior, que é sinônimo de felicidade. O treinamento mental foca na disciplina moral (sila), concentração meditativa (samadhi) e sabedoria (prajña).
A base do budismo é a compreensão das Quatro Nobres Verdades, ligadas à constatação da existência de um sentimento de insatisfação (Dukkha) inerente à própria existência que pode, no entanto, ser transcendido através da prática do Nobre Caminho Óctuplo.
O Budismo formou-se no nordeste da Índia, entre o século VI a.C. e o século IV a.C. Este período corresponde a uma fase de alterações sociais, políticas e econômicas nesta região do mundo. A antiga religiosidade brâmica era questionada por vários grupos religiosos, que geralmente orbitavam em torno de um mestre. Um destes mestres foi Siddhartha Gautama (Oshakasama).
Tem sido sugerido que a forma de exposição da doutrina das Quatro Nobres Verdades segue um padrão que se assemelha ao do diagnóstico de uma doença: depois de ter apontado as origens do mal, o Buda mostrou um remédio que leva à cessação desse mal. Esse "remédio" é conhecido como o Nobre Caminho Óctuplo (em sânscrito: Astingika-Marga), e que deve ser adotado pelos budistas:
Os suttas descrevem seis reinos que por sua vez incluem vários níveis, num total de trinta e um mundos de existência nos quais os seres renascem durante a sua perambulação por samsara.
A existência em cada um desses planos é temporária e passado o tempo de vida ocorre o renascimento em algum outro mundo.
Na cosmologia Budista não há um paraíso ou inferno eternos. Os seres renascem em cada um dos mundos de acordo com o fruto de karma em particular que amadurece no momento da morte.
O reino dos infernos situa-se na parte inferior. A concepção do inferno budista é diferente da concepção cristã, na medida em que o inferno não é um lugar de permanência eterna nem o renascimento nesse local é o resultado de um castigo divino.
Os seres que habitam no inferno libertam-se dele assim que o mau karma que os conduziu ali se esgota. Por outro lado, o budismo considera que existem não apenas infernos quentes, mas também infernos frios.
Acima do reino dos infernos pelo lado esquerdo encontra-se o reino animal, o único dos vários reinos perceptível aos humanos e onde vivem as várias espécies.
Acima do reino dos infernos pelo lado direito encontra-se o mundo dos espíritos ávidos ou fantasmas. Os seres que nele vivem sentem constantemente sede ou fome sem nunca terem estas necessidades saciadas.A arte budista representa os habitantes deste reino como tendo um estômago do tamanho de uma montanha e uma boca minúscula.
O reino seguinte é o dos Asura (termo traduzido como "Titãs" ou dos antideuses). Os seus habitantes ali nasceram em resultado de ações positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os deuses.
O quinto reino é o dos seres humanos. É considerado como um reino de nascimento desejável, mas ao mesmo tempo difícil. A vida enquanto humano é vista como uma via intermédia nesta cosmologia, sendo caracterizada pela alternância das alegrias e dos sofrimentos, o que de acordo com a perspectiva budista favorece a tomada de consciência sobre a condição samsárica.
O último reino é o dos deuses (deva) e é composto por vários níveis ou residências. Nos níveis mais próximos do reino humano vivem seres que devido à prática de boas ações levam uma ação harmoniosa. Os níveis situados entre o vigésimo terceiro e o vigésimo sétimo são denominados como "Residências Puras", sendo habitadas por seres que se encontram perto de atingir a iluminação e não voltarão a renascer como humanos.
O budismo dividiu-se em várias escolas, a principal divisão atualmente é entre a escola Theravada (Hinaniana) e as linhagens Mahayana (Maaiana) e Vajrayana.
O Theravada (do páli thera, "anciões" e vada, "palavra, doutrina") significa "Doutrina dos Anciões", nascida da divisão da comunidade monástica no Primeiro Concílio Budista, cem anos após a morte do Buda. As outras escolas surgiram através de mesclagens, adaptações e reinterpretações dos conjuntos doutrinais dos primeiros séculos. Por se manter fiel ao Cânone Páli, o Theravada é considerado a mais ortodoxa das escolas. Também é chamada de Hinaiana, que significa "pequeno/menor veículo".
Os principais países onde esta escola está difundida são Sri Lanka, Tailândia, Mianmar, Laos, Camboja e Bangladesh. Em décadas recentes iniciou-se no Ocidente, como nos Estados Unidos e Inglaterra.
Mahayana significa "grande veículo" ou "grande carruagem", para carregar todos os seres ao nirvana. É o maior das duas principais tradições do budismo existentes hoje em dia, refere-se a um nível de prática e motivação espiritual. O Mahayana é um dos três yanas ou caminhos para a iluminação.
As principais escolas que possuem um número significativo de seguidores são o budismo tibetano, o zen-budismo, a Terra Pura, o Nichiren, o Shingon e o Tendai.
O Mahayana é uma estrutura religiosa e filosófica vasta, constitui uma fé inclusiva, caracterizada pela adoção de novos sutras, em adição aos textos mais tradicionais, como o cânon Páli e os ágamas, e por uma mudança nos conceitos e no propósito básico do budismo.
Os princípios fundamentais da doutrina foram baseados em torno da possibilidade da liberação universal do sofrimento para todos os seres e na existência de budas e bodisattvas que incorporam a natureza Buda transcendente, a eterna presença do Buda, presente, porém escondida e irreconhecível em todos os seres.
Vajrayana significa "veículo de diamante", é às vezes considerado como uma extensão do budismo Mahayana, uma vez que ele difere primariamente na adoção de técnicas adicionais, ao invés de propor uma filosofia totalmente diferente.
O Mahayana possuiria assim dois caminhos de prática: o Sutrayana, que prega o aperfeiçoamento através do acúmulo de mérito e sabedoria gradualmente, e o Vajrayana, que prega a tomado do fruto – a iluminação – como o caminho.
Segundo a tradição Vajrayana, as técnicas upaya permitem ao praticante um caminho acelerado à iluminação, para isto faz-se uso de técnicas tantra. Nesta suposta aceleração reside uma das diferenças entre as escolas, entretanto, o Budismo Vajrayana não propõe que as escolas Theravada ou Mahayana estejam erradas, ao contrário, considera estas práticas como fundamentos essenciais sobre os quais a prática Vajrayana pôde ser construída.
Atualmente estes ensinamentos existem apenas na forma de duas sub-escolas: